27/10/09

“A MARGEM DA LINHA” documentário sobre os paradigmas da arte contemporânea na cinemateca de curitiba

A Margem da Linha

Por meio de entrevistas com os artistas Regina Silveira, Sérgio Sister e José Spaniol, a diretora Gisella Callas desvenda os paradigmas da arte contemporânea

Os limites da arte contemporânea não é algo que qualquer um pode definir, por mais que conheça do assunto. Cada artista tem sua forma de produzir. A maneira de olhar o mundo, de interpretá-lo e de usar isso para criar obras de arte é algo singular, que depende muito do ambiente em que a pessoa vive, do local que escolheu para o trabalho, de suas inspirações, de suas intuições e da relação que o artista plástico tem com as cores e com o suporte onde quer aplicá-las. Depois do trabalho realizado, a ajuda do curador é essencial para que ele seja visto, e o do crítico, para que não seja execrado. No final, fica a pergunta: o resultado é arte?

Os entrevistados falam sobre assuntos variados, divididos entre seis temas gerais, que englobam desde a criação da obra até a forma como o ela se relaciona com o mundo.

A Margem da Linha é a estréia em direção de longa-metragem da cineasta Gisella Callas. Anteriormente, ela já havia dirigido os curtas de ficção The Main Dish e Do Amor. O documentário também conta com a produção e o roteiro da cineasta, além da direção de fotografia de Carlos Ebert, que trabalhou em filmes como O Bandido da Luz Vermelha.

O filme é dividido em “dimensões”, que discutem o ponto, o plano, o espaço, o tempo, o eterno e o efêmero. Dessa forma, questões como o papel do desenho na arte contemporânea, para que serve a arte, sua espetacularização, o papel da crítica e da curadoria, a cor, a idéia, a inspiração, entre tantas outras, são discutidas.

Além dos três artistas contemporâneos centrais do documentário – Regina Silveira, Sérgio Sister e José Spaniol – críticos como Lorenzo Mammí, curadores como Moacir dos Anjos, o diretor da Pinacoteca de São Paulo Marcelo Araújo e profissionais de áreas diversas, como o físico quântico Lama Padma Samten e o matemático Haron Cohen propõem novos entendimentos sobre os conceitos discutidos pelos artistas. Entre os artistas, há ainda depoimentos de Leda Catunda, Célia Euvaldo, Marco Gianotti, Agnaldo Faria, Nicole Mouracade e Fabiano Marques.

Para pensar a arte hoje. Como conceito e como realização.

fontes: uol/bravo/youtube/e-mail e internet afora

Em curitiba:

A MARGEM DA LINHA
Documentário
Classificação livre

local.: Cinemateca de Curitiba
endereço.: Rua Carlos Cavalcanti – Centro ,1174

Dias 23, 26, 27 e 29 – sessões às 16h e 20h
Dia 25 e 28 – sessão somente às 16h

preço.: Estudante – R$ 2,50; Normal – R$ 5,00 Sessão de Domingo – R$ 1,00




O CORPO NA CIDADE


O CORPO NA CIDADE – performance em Curitiba

Curadoria e pesquisa

Paulo Reis

Participantes:

Adriana Tabalipa, Ana González, Ary Pára-Raios, Bernadete Amorim, Beto Perna, C. L. Salvaro, Carla Vendrami, Cesar Almeida, Claudia Washington, Cláudio Mello, Clovis Cunha, Couve-Flor Minicomunidade Artística Mundial, Cristiane Bouger, Debora Santiago, Denise Bandeira, Encontros de Arte Moderna, Edilson Viriato, Eliana Herreros, Eliane Prolik, e/ou, Fábio Noronha, Fernanda Magalhães, Fernando Ribeiro, Goto, Hélio Leites, Interluxartelivre, Júlio Manso, Laura Miranda, Lauro Andrade, Laercio Redondo, Leila Pugnaloni, Lilian Gassen, Marga Puntel, Margit Leisner, M. Inês Hamann, Mohamed, Mônica Infante, Octávio Camargo, PH4, Pipoca Rosa, Raul Cruz, Rettamozo, Rossana Guimarães, Sensibilizar, Sergio Moura, Tony Camargo e Yiftah Peled.

Onde:

Centro Cultural Solar do Barão

Rua: Presidente Carlos Cavalcanti, 533.

(41) 3322 1525 e 3321 3367

Abertura

28 de outubro às 19 horas

Bate-papo com o curador

18 de novembro às 19 horas no Centro Cultural Solar do Barão

A exposição permanecerá até 21 de fevereiro de 2010

23/08/09

Artistas Cap. 6 - La Fotografia Plastica






Teun Hocks







Sandy Skoglund



Pierre - Gilles





Ouka Leele





Boyd Webb



Sherrie Levine





Richard Prince







Jenny Holzer







Dara Birnbaum







Barbara Kruger









Martha Rosler





Dennis Adams


Seguem alguns links dos artistas:
http://www.paologioli.it/fotografia2a.htm
http://www.oukaleele.com/
http://www.richardprinceart.com
http://www.jennyholzer.com/list.php
http://www.barbarakruger.com/
http://www.martharosler.net/
http://www.teunhocks.nl/Teun_Hocks/TEUN_HOCKS.html
http://www.sandyskoglund.com/
http://www.baillymaitregrand.com/

21/08/09

Vermelho [ação/intervenção]

Ação Bate-Papo:

22/08 (Sábado) - 16hs - Sessão de filmes - "TUPAMAROS"

Local: Núcleo de Estudos da Fotografia - Rua Conselheiro Araújo, 315 - fone:3262-1362

www.vermelho2009.wordpress.com

Por que Tupamaros?


Dada - Situacionismo - Tupamaros - Conceitualismo.

No ano de 1970 Luis Camnitzer escreveu esta espécie de genealogia da história da arte, todavia após alguns anos descartou a tentativa de construir uma história da arte por parecer totalizante e redutora. O que permaneceu foi a idéia de que as operações dos Tupamaros eram uma forma válida de arte.

Os Tupamaros (Movimento de Libertação Nacional - Tupamaros) surgiram no Uruguai em meados dos anos 60. As ações realizadas pelos Tupamaros não tinham a estética como preocupação central, e sim a necessidade de comunicar idéias diretamente ao público. Num período em que o Uruguai vivia uma suposta normalidade e formalmente (legal) uma democracia, as ações buscavam desfazer este mito. Apontavam para a construção de uma sociedade aristocrática-autoritária através de um governo que alguns anos mais tarde assumiu-se como mais uma das ditaduras militares latino-americanas.

A "desmaterialização da arte" pensada por Lucy Lippard e John Chandler, entre os anos 60-70, é ,no caso americano e anglo-saxão, uma desmaterialização do objeto enfatizada pela enfaze não-visual dos trabalhos. Em 1967, ano da publicação do artigo "a desmaterialização da arte", Lippard e Chandler diziam que o objeto tornava-se obsoleto e que "qualquer dia, num futuro próximo, será necessário o escritor ser um artista, assim como, um artista ser um escritor".

Para Camntizer a desmaterialização de trabalhos latino-americanos pode ser pensada pela contextualização, ou quem sabe através da politização daquele conceito, em respeito às referências ideológicas que surgem no enfrentamento de problemas sociais.

"Se existe uma linha que separa a arte da política, há dois eventos na América Latina que tocam esta linha [...]. Os Tupamaros exemplificam a política aproximando-se o máximo possível da fronteira artística" (Luis Camnitzer, em Didactica de la liberación: arte conceptualista latinoamericana, p. 65)


Felipe Prando e Milla Jung
Curitiba, 21 de agosto de 2009.

Hoje!!! Abertura da Expo "Entre Prata & Areia" de Guadalupe Presas na Estreita

17/08/09

BIENAL VENTO SUL

Galera estão rolando várias exposições no Solar do Barão, no Mac e no Memorial de Curitiba. Vale a pena ir ver, tem de tudo fotografia, instalação, vídeo, intervenção etc..
www.bienalventosul.com.br

05/08/09

NOVA DATA PARA ABERTURA DA EXPO

ATENÇÃO!!! Atendendo às recomendações do Ministério da Saúde, no controle da Gripe A (H1N1) para evitar aglomerações, estamos cancelando a abertura da exposição ENTRE PRATA & AREIA, que seria nesta sexta-feira, dia 07/08, e agendando o evento para daqui duas semanas, no dia 21/08/09. Agradeçemos a compreensão de todos!

28/07/09

Performance para ser fotografada

Recebi um e-mail do Caio Leão, ex-aluno do Nef com uma dica de um fotógrafo o Liu Bolin.
Este artista é chinês e o seu trabalho tem muita relação com o que acabamos discutindo ontem.
Pensando um pouco sobre a questão colocada pela Guadalupe sobre a perfomance para ser fotografada, aqui fica a dica do material do Liu Bolin.
Ele não faz manipulação para produzir suas imagens, ele se pinta por inteiro e fica simplesmente parado no espaço urbano e acaba passando despercebido. Acho o trabalho dele bem politico, pensando no sistema social, urbano e economico chinês.
Fica aqui algumas imagens e links.



17/07/09

Olá pessoal,domingo dia 19/07 a partir das 10:00h vou apresentar uma obra no Parque São Lourenço e gostaria de convidar todos vocês para aparecerem por lá.

Este trabalho faz parte do projeto OI Expressões e que conta com mais 8 artistas -Andrea Berriel ,Bebaprafrente ,Cleverson Salvaro, Fernando Rosenbaum Joana Corona, Juan Parada, Nicole Lima e Tom Lisboa.

luana_navarro@hotmail.com
www.luananavarro.com

13/07/09

Sergio Moura

Oi galera, me chegou hoje o site do Sergio Moura, acho que todo mundo deveria entrar e dar uma olhada porque ele é um artista muito importante em Curitiba e foi o criador do Sensibilizar e do ArtShow, ações (acho que podemos dizer happenings) que aconteceram na década de 80 em Curitiba.

Ai vai o endereço -

http://www.aartedesergiomoura.com.br

12/07/09

Sobre arte conceitual III: ARTISTAS CITADOS

Seguem alguns dos nomes (com links) que são citados no capítulo 4: Fotografia e Arte Conceitual, do livro La Fotografía Plástica - Un arte paradójico, de Dominique Baque.


Lawrence Weiner, As far as the eye can see, 1988








Victor Burgin - Sections from Office at Nigth, 1986


11/07/09

I Am Making Art by John Baldessari

Tem outros no youtube.

Alguns links sobre o John Baldessari



Se tiverem tempo vale a pena conferir.

www.baldessari.org/

www.tate.org.uk/tateetc/issue13/ninetofive.htm

www.vdb.org/smackn.acgi$artistdetail?BALDESSARI

http://artworksmagazine.com/?p=42

http://tv.rtp.pt/noticias/?t=Baldessari-mostra-em-Lisboa-hibrido-de-pintura-e-fotografia.rtp&headline=20&visual=9&tm=4&article=222474

09/07/09

Sobre arte conceitual II: DEFINIÇÕES

Caros colegas, algumas definições que auxiliam na compreensão sobre arte conceitual. Confesso que o livro não li inteiro, mas parece interessante. Os demais links, são bem genéricos e superficiais, mas dão pistas e dicas de nomes legais a serem pesquisados. Conforme localizar ouros, posto aqui...

Livro: 

Mais breves, na web: 



07/07/09

Sobre arte conceitual I: CILDO MEIRELES



 Cildo Meireles -  ‘Inserções em Circuitos Ideológicos: Projeto Cédula: (Quem Matou Herzog?) 1970


 Cildo Meireles -  ‘Inserções em Circuitos Ideológicos: Projeto Coca-Cola 1970

 

O surgimento de Cildo Meireles, como um dos mais significativos artistas brasileiros de sua geração, coincide com o fechamento político provocado pela promulgação do AI-5, em 1968, e o conseqüente desenvolvimento de propostas mais conceituais. (...) Ver texto completo sobre a vida do artista no site: 

http://www.macvirtual.usp.br/mac/templates/projetos/seculoxx/modulo6/cildo/index.html

E para aqueles que se aventuram no inglês, no site da Tate Gallery (Tate Modern), com mais trabalhos e infos sobre o artista:

http://www.tate.org.uk/modern/exhibitions/cildomeireles/about.shtm

04/07/09

27/06/09

Do “isto é belo” para o “isto é arte”

A partir do texto Kant depois de Duchamp de Thierry De Duve, das discussões realizadas no grupo de estudos e do encontro com Felipe Prando no último dia 08, redigi o texto abaixo com a intenção de expor como venho me relacionando com questões referentes a arte contemporânea e a estética.

Do “isto é belo” para o “isto é arte”
(Luana Navarro)
O texto Kant depois de Duchamp de Thierry De Duve parte de a Crítica da Faculdade do Juízo de Kant para questionar o conceito de estética a partir da obra de Duchamp, do formalismo defendido por Clement Geenberg a partir dos anos 50 e da arte conceitual de Joseph Kosuth.
O texto de De Duve aponta basicamente a passagem do “isto é belo” para o “isto é arte”. O “isto é belo” está calcado na faculdade de juízo de gosto de Kant. Para ele o gosto é a faculdade de julgar o belo e sua principal preocupação é com a beleza da natureza. O julgamento de gosto aplicado ao campo artístico ou a natureza, como fez Kant, é essencialmente sentimental, não cognitivo e gera um prazer contemplativo frente a um objeto, este prazer não depende de um conhecimento ou interesse pelo objeto ele é um prazer subjetivo e segundo Kant presente em todo ser humano.
Durante muito tempo a arte trabalhou sob o conceito do belo, para um objeto ser uma obra de arte ele deveria ser belo, este tipo de arte ficou conhecido como arte retiniana, que desperta um prazer visual e que é agradável aos olhos.
É com Duchamp que esta noção da obra de arte calcada no belo vai ser questionada. Quando ele apresenta em 1913 seu primeiro ready-made, a Roda de Bicicleta e em 1917 a Fonte “ele dá um valor estético para o objeto, por menos estético que ele seja” (CAUQUELIN, 2005, p.94). Com a Fonte (o urinol) Duchamp questiona justamente a estética, a noção de beleza na obra de arte. Para ele a arte não deve ter apenas beleza, mas ela pode justamente se desprender dela, ele sugere um deslocamento.
Duchamp afirmava que seus ready-mades eram escolhidos a partir de um desinteresse ou indiferença visual como declarou:
En 1913 tuve la feliz idea de atar una rueda de bicicleta a un taburete de cocina y verla rodar... en Nueva York, en 1915, compré en una ferretería una pala para la nieve en la que escrebí “in advance of the broken arm”(en previsión de un brazo partido). Fue alrededor de esa fecha cuando pensé en el término ready-made para designar esta forma de manifestación. Un punto que quiero señalar particularmente es que la selección de estos ready-made nunca estuvo dictada por un deleite estético, sino que se basó en una reacción de indiferencia visual combinada con una ausencia total de buen o mal gusto..., en resumen, de una anestesia total. (SCHNECKENBURGER, 2005, p. 457)
Para Thierry De Duve “a indiferença visual absoluta é impraticável” e para ele a resposta colocada pelos artistas posteriores a Duchamp vem com Kosuth através da arte conceitual que pensa a estética e a arte em âmbitos diferentes.
Apesar de algumas aparentes contradições,Duchamp abandona a figura do artista sofredor, dotado de um dom superior e revela um artista questionador que não se limita mais ao saber fazer, a técnica, suas obras impossibilitam o juízo de gosto no sentido kantiano, ou seja, ele dessacriliza o objeto artístico e assim dá vasão ao tipo de arte que será produzida pelos artistas minimalistas, conceituais, da pop-art, body art, happenings e contemporâneos.
Os readymades de Duchamp causaram muitos questionamentos no meio artístico e muitos críticos afirmaram que o que ele fazia não era arte, suas obras transtornaram o meio artístico por colocarem em questão também os espaços legitimadores da arte, como afirma Cauquelin (2005, p.94) a respeito de seus ready-mades: “Em relação a obra, ela pode então ser qualquer coisa, mas numa hora determinada. O valor mudou de lugar: está agora relacionado ao lugar e ao tempo, desertou o próprio objeto”.
O fato de a arte não conter mais um valor objetual foi o mote usado por Clement Greenberg para realizar diversas criticas a Duchamp. É necessário compreender que Clemente Greenberg foi um dois maiores críticos norte-americanos de arte e o maior defensor do modernismo. Greenberg aponta ironicamente que a partir dos ready-mades qualquer objeto pode ser experimentado esteticamente e a arte então pode ser realizada em qualquer lugar por qualquer pessoa. Este tipo de relação com a arte era para ele inaceitável já que para ele uma obra de arte que não tem estética não é arte. Greenberg defende alguns preceitos da arte como a autonomia das disciplinas, a especificidade técnica, a autenticidade da obra, a originalidade e a singularidade do autor, por isso ele não teve interesse nenhum por movimentos da década de 60, como o Fluxus. Para Greenberg interessava uma arte que pensasse a si própria e a pintura e a escultura eram para ele campos artísticos superiores aos demais, para ele a visão era um sentido superior, portanto a arte retiniana continuava a ser para ele a arte aceitável.
A partir dos ready-mades e do formalismo americano emerge na década de 60 a arte conceitual, tendo como um dos artistas mais importantes Joseph Kosuth. Para ele arte e estética encontram-se em “lugares” diferentes e é através do conceito que Kosuth vai desenvolver seus trabalhos. Kosuth costumava afirmar que depois de Duchamp toda arte é conceitual. Ele vê a arte como um processo cognitivo e em seus textos critica a postura de Greenberg:

A arte formalista (pintura e escultura) é a vanguarda da decoração e a rigor, seria possível afirmar de maneira razoável que a sua condição artística é tão reduzida que para todos os propósitos funcionais nem mesmo se trata de arte, mas de puros exercícios no campo da estética. Clement Greenberg é, acima de tudo, o crítico do gosto. Por trás de cada uma de suas decisões há um juízo estético, sendo que esses juízos refletem o seu gosto. E o que o seu gosto reflete? O período em que ele cresceu como crítico, o período “real” para ele: os anos 50. (KOSUTH in FERREIRA, COTRIN, 2006, p. 215)

Kosuth e outros artistas conceituais vão produzir obras cada vez mais imateriais muitas vezes lidando apenas com palavras/conceitos, como é o caso de Douglas Huebler que escreveu em 1969 : “The world is full of objects, more or less interesting. I do snot wish to add any more”. Kosuth aponta em A arte depois da Filosofia que é a partir de 1966 que ele começa a realizar sua série de trabalhos “Art as idea” a começar por sua obra Water em que ele apresenta a descrição do dicionário da palavra água.
Kosuth rejeitou a estética em si, Duchamp rejeitou a estética formalista e tendo como legado ambos os artistas a dupla Ian e Elaine Baxter, citados no texto de De Duve, iniciaram seus trabalhos na década de 60 denominando-se N.E. Thing Company e dividindo seus trabalhos em duas categorias: ACT e ART. “ACT significando Aesthetically Claimed Things (Coisas consideradas estéticas) e ART, Aesthetically Rejected Things (Coisas rejeitadas esteticamente). Os trabalhos considerados ACT são menos teóricos e sugerem mais a indução de experiências que não são necessariamente categorizadas no campo artístico, podemos pensar aqui como exemplo o grupo Fluxus. Já os trabalhos ART fazem questão da “remoção da qualidade estética” na obra.

Os dois problemas referentes à arte conceitual têm sido frequentemente enfatizados. Visto que trabalhos de ART, são objetos, não podem negar possuir propriedades visuais que o colocam à mercê de uma apreciação estética. E, se os trabalhos de ACT não são colocados num contexto artístico ou comunicados ao universo da arte, correm o risco, como Greenberg suspeitava de serem produzidos solipsísticamente, senão inadvertidamente. (DE DUVE, 1998, p. 133 )


A partir do confronto entre formalismo e conceitualismo, Thierry De Duve não procura encerrar a discussão sobre estética, pelo contrário ele pretende expandir a discussão sem premonições conclusivas. Para ele “tanto o formalismo quanto o conceitualismo permanecem insatisfatórios”. Ele aponta ainda, que os ready-mades não são desprovidos de estética, mas sim possuem um julgamento estético reflexivo:

A menos que antinomia entre formalismo e conceitualismo, entre ACT e ART, entre modernismo e vanguardismo, entre o modo tradicional e a “tradição do novo”, ou entre a linhagem da arte moderna de Picasso – e do Dadaísmo -, deva permanecer para sempre sem solução, e o dilema histórico resultante não possa afrouxar seu poder sobre o atual universo da arte hoje, a afirmação “isto é arte”, por meio da qual um readymade tanto é produzido como trabalho de arte quanto julgado como tal deve ser entendido como um julgamento estético reflexivo com reivindicação de universalidade no estrito sentido kantiano. (DE DUVE, 1998, p. 146 )

Em Kant depois de Duchamp além de expor as questões colocados por Duchamp, Clement Greenbeg e Joseph Kosuth, Thierry De Duve ao relacionar o “isto é belo” ao “isto é arte” substitui no texto de Kant a palavra belo por arte e constrói o texto, assim como Kant, expondo sempre a idéia de Tese e Antítese subentendo-se que o duelo se dá entre formalismo e conceitualismo. Assim De Duve apresenta a resolução da antinomia moderna como sendo:

Tese. A afirmação “isto é arte” não se baseia no conceito de arte, mas no sentimento estético artístico.
Antítese. A afirmação “isto é arte” assume o conceito de arte; assume a idéia estética/artística.
(DE DUVE, 1998, p. 146)

Para De Duve gosto e gênio são a mesma coisa e ambos constituem a criatividade, que tem sua existência por ele questionada, no entanto considerada inerente a todo ser humano. Como ele aponta a seguir:

Convicção não é a base para julgamentos, mas um resultado reflexivo do pensamento. “Gosto” e, depois, “arte” representavam esse tipo de convicção. Que nome terá no futuro, eu não sei. E não posso listar aqui todos os trabalhos da modernidade que pessoalmente considero convincentes; mas com certeza o urinol de Duchamp está entre eles. Seu valor exemplar é mais do que estético; é simbolicamente ético, como deveria ser. É também teórico, o que me leva a afirmar minha última convicção, que não posso provar, mas que está tão próxima de Kant quanto da ciência contemporânea. Se criatividade existe e será fértil ou se é meramente uma Idéia reguladora para a cultura pós-moderna, não posso dizer, mas estou convencido de que, se ela existe, é uma faculdade tanto inata quanto adquirida, ou melhor, já codificada em nossos genes e ainda por ser adquirida ao longo da história, porque é inseparável do fato de que os humanos são “programados” para nascer prematuramente, inseparáveis da incompletude de seu sistema nervoso central e da decorrente, frágil e seletiva vantagem que, para o melhor ou o pior, força todo homem e mulher a relacionar seu crescimento pessoal ao progresso cultural da espécie. Sob esse ângulo, é falsa a escolha entre moderno e pós-moderno; ambos são e sempre serão prematuros. (DE DUVE, 1998, p. 149)

Sim, a arte depois de Duchamp é conceitual e sem dúvida seus objetos alteraram a natureza da arte, a questão é que a arte precisa reinventar sua natureza o tempo todo. Como colocou o Felipe Prando no último encontro, podemos nos perguntar qual é o interesse da arte contemporânea que parece lidar cada vez mais com o inapreensível? O interesse parece ser mais na circulação de um problema posto pela obra do que propriamente a obra. A arte contemporânea exige um espectador disposto a jogar com a obra, desprendido de juízo de gosto e disposto a envolver-se por uma questão ou experiência colocada pela obra.
Marcel Duchamp influencia a arte contemporânea não por sua estética, mas por sua relação com o campo artístico que sugere questionar a própria arte e suscitar novas questões, não interessa mais obter respostas e sim obter perguntas.


Bibliografia
CAUQUELIN, Anne. Arte Contemporânea: uma introdução. São Paulo: Martins, 2005.
DE DUVE, Thierry. “Kant depois de Duchamp”. In Revista do Mestrado em História da Arte. nº 5. EBA/UFRJ, 1998. p. 125 – 149.
FERREIRA, Glória. COTRIN, Cecília. (org.). Escritos de Artistas: anos 60/70. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2006
SCHNECKENBURGER, Manfred. FRICKE, Christiane. HONNEF, Klaus (org). ARTE del sigloXX – volume II, Köln: Taschen, 2005.

25/06/09

Sequência de apresentação La fotografia plastica - Dominique Baque

Dia 29/06
Cap. I Artes de actudi … Luana
Cap. II Una entrada en arte paradójica – Gustavo

Dia 06/07
Cap. III Legitimaciones teóricas – Lídia
Cap. IV Fotografia y arte ... Guadalupe

Dia 13/07
Cap. V Deconstrucción de paradigma ... – Patrícia
Cap. VI Apropriaciones ... Elis

Dia 20/07
Cap. VII El mestizaje posmoderno ... – Elenize
Cap. VIII Rastros, huellas y vestígios - Luana

22/06/09

NOSSO PRÓXIMO ENCONTRO SERÁ NO DIA 29/06

13/06/09

Continuando a discussão por e-mail - A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica

E-mail Lidia

Aproveitando a aula de História do Corpo, que tivemos na pós, vou escrever um pouco do que foi visto em sala sobre o contexto histórico... conforme minhas anotações, bem superficiais. (Lupe se algo estiver errado, me corrija por favor)

- Período da guerra total: exércitos gigantescos; civis no exercito; envolvimento de toda sociedade; homens vão p/ guerra; mulheres vão para as fábricas; dilui-se o limite entre civis e soldados, pois civis também participavam indiretamente das guerras
- Sociedade industrial: urgência da guerra - desempenho militar depende do desenvolvimento industrial- Biopoder: poder regulador, voltado ao corpo coletivo, por conta da industrialização e da guerra total, os corpos passaram a ser um bem coletivo nacional. Estado otimiza a vida (surgem as estatísticas, higiene, contr. populacional, aposentadorias, dietas para trabalhador...). Otimiza os corpos para produção nas fábricas e para guerra.
- Estado totalitário: destrói inimigos objetivos, pelo que é e não pelo que faz - judeus, comunistas, negros, deficientes, ciganos... grupos "perigosos" - o povo alemão se convenceu da idéia e se deixou controlar (medo social)
- Nazismo: utiliza de discurso imagético, baseado no determinismo biológico (raças, eugenia...)
- Cinema: veículo ideológico - estética da política
Como podemos trazer isso tudo para os dias atuais?
- Guerra à distancia, é só apertar um botão. Sociedade não se envolve mais.
- A televisão é a pricipal mídia formadora de mentalidades?
- Alienação: entretenimento?
- "Inimigos": Terroristas, favelas...
- Capitalismo: cria necessidades, consumo de massas
- Clonagem, cibernética, nanotecnologia... simulacro...
- Quais são os interesses, quem comanda e quais são os meios?

E-mail Luana

Então continuando da parte Estética da Guerra, me parece que o Benjamin quando escreve ˝a reprodução em massa corresponde de perto a reprodução das massas˝ acho que ela está colocando uma reprodução de comportamento, um comportamento homogêneo que vai se estabelecendo, hora com a sociedade de consumo e as necessidades que ela cria hora com a manipulação dos meios de comunicação em serviço desta sociedade ou em serviço mais especificamente da guerra. Nestre trecho Estética da Guerra ele não cita, mas está falando claramente da Leni Riefenstahl.

˝Na época de Homero, a humanidade oferecia-se aos deuses olímpicos, agora ela se transforma em espetáculo para si mesma. Sua auto-alienação atingiu o ponto que lhe permite viver sua própria destruição como um prazer estético de primeira ordem. ˝ (Benjamin)

˝A alienação do espectador em favor do objeto contemplado se expressa assim: quanto mais ele contempla, menos vive; quanto mais aceita reconhecer-se as imagens dominantes da necessidade, menos compreende sua própria existência e seu próprio desejo. Em relação ao homem que age, a exterioridade do espetáculo aparece no fato de seus próprios gestos já não serem seus, mas de um outro que os representa por ele. É por isso que o espectador não se sente em casa em lugar algum, pois o espetáculo está em toda parte. ˝ (Guy Debord – A Sociedade do Espetáculo)

Aqui deixo uma passagem da Susan Sontag em Sob o signo de Saturno

˝O que é interessante na relação entre política e arte sob o nacionalsocialismo não é que a arte estava subordinada a necessidades políticas, pois isto é verdade tanto em ditaduras de direita quanto de esquerda, mas que a política apropriou a retórica da arte – a arte na sua fase romântica tardia. ( A política ˝é a mais elevada e mais compreensiva de todas as artes˝, disse Goebbels em 1933, e ˝nós que formulamos a nova política alemã, nos sentimos como artistas)

09/06/09

O triunfo da vontade

Para quem não viu ainda ai vai um trecho de O Triunfo da Vontade, filme dirigido por Leni Riefenstahl e que mostra o grande encontro nazista de Nurembergue e claro é uma propaganda nazista.
No xerox eu deixei um texto da Susan Sontag intitulado Fascinante Fascismo em que ela faz um critica muito interessante a Leni Riefenstahl e a estética nazista.
Este texto está no livro Sob o signo de Saturno da Susan Sontag nele ainda tem um ensaio sobre o Benjamin e o Barthes, vale a pena dar uma olhada!




O primeiro longa foi: A BRANCA DE NEVE E OS SETE ANÕES

"Mickey Mouse was created in 1928, and his talents were first used in a silent cartoon entitled "Plane Crazy." Before the cartoon could be released, however, sound burst upon the motion picture screen. Thus Mickey made his screen debut in "Steamboat Willie," the world's first fully synchronized sound cartoon, which premiered at the Colony Theatre in New York on November 18, 1928.  Walt's drive to perfect the art of animation was tireless. Technicolor was introduced to animation during the production of his "Silly Symphonies." In 1932, the film "Flowers and Trees" won Walt the first of his 32 personal Academy Awards®. In 1937, he released "The Old Mill," the first short subject to utilize the multiplane camera technique.

On December 21 of that same year, "Snow White and the Seven Dwarfs," the first full-length animated musical feature, premiered at the Carthay Circle Theater in Los Angeles. Produced at the unheard-of cost of $1,499,000 during the depths of the Depression, the film is still considered one of the great feats and imperishable monuments of the motion picture industry. During the next five years, Walt completed such other full-length animated classics as "Pinocchio," "Fantasia," "Dumbo," and "Bambi."

In 1940, construction was completed on Disney's Burbank studio, and the staff swelled to more than 1,000 artists, animators, story men, and technicians. During World War II, 94 percent of the Disney facilities were engaged in special government work, including the production of training and propaganda films for the armed services, as well as health films that are still shown throughout the world by the U.S. State Department. The remainder of Disney's efforts were devoted to the production of comedy short subjects, deemed essential to civilian and military morale". (...)

Confiram toda a biografia e história de Walt Disney no site oficial da companhia:  http://disney.go.com/vault/read/walt/index.html