21/08/09

Vermelho [ação/intervenção]

Ação Bate-Papo:

22/08 (Sábado) - 16hs - Sessão de filmes - "TUPAMAROS"

Local: Núcleo de Estudos da Fotografia - Rua Conselheiro Araújo, 315 - fone:3262-1362

www.vermelho2009.wordpress.com

Por que Tupamaros?


Dada - Situacionismo - Tupamaros - Conceitualismo.

No ano de 1970 Luis Camnitzer escreveu esta espécie de genealogia da história da arte, todavia após alguns anos descartou a tentativa de construir uma história da arte por parecer totalizante e redutora. O que permaneceu foi a idéia de que as operações dos Tupamaros eram uma forma válida de arte.

Os Tupamaros (Movimento de Libertação Nacional - Tupamaros) surgiram no Uruguai em meados dos anos 60. As ações realizadas pelos Tupamaros não tinham a estética como preocupação central, e sim a necessidade de comunicar idéias diretamente ao público. Num período em que o Uruguai vivia uma suposta normalidade e formalmente (legal) uma democracia, as ações buscavam desfazer este mito. Apontavam para a construção de uma sociedade aristocrática-autoritária através de um governo que alguns anos mais tarde assumiu-se como mais uma das ditaduras militares latino-americanas.

A "desmaterialização da arte" pensada por Lucy Lippard e John Chandler, entre os anos 60-70, é ,no caso americano e anglo-saxão, uma desmaterialização do objeto enfatizada pela enfaze não-visual dos trabalhos. Em 1967, ano da publicação do artigo "a desmaterialização da arte", Lippard e Chandler diziam que o objeto tornava-se obsoleto e que "qualquer dia, num futuro próximo, será necessário o escritor ser um artista, assim como, um artista ser um escritor".

Para Camntizer a desmaterialização de trabalhos latino-americanos pode ser pensada pela contextualização, ou quem sabe através da politização daquele conceito, em respeito às referências ideológicas que surgem no enfrentamento de problemas sociais.

"Se existe uma linha que separa a arte da política, há dois eventos na América Latina que tocam esta linha [...]. Os Tupamaros exemplificam a política aproximando-se o máximo possível da fronteira artística" (Luis Camnitzer, em Didactica de la liberación: arte conceptualista latinoamericana, p. 65)


Felipe Prando e Milla Jung
Curitiba, 21 de agosto de 2009.

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